05 abril 2008

Silepse do tempo perdido ou
mais uma noite que se tornou dia


Hoje acordei na hora de dormir;
ontem virou hoje
por volta das dez da manhã
de uma noite chuvosa que bebia gotas
sem fim
um trago para o alto
um gole bem dado
um pouquinho para o santo
o mergulho no asfalto:
braçadas para o rumo do nada
vitaminadas pela fé cega
dos lisérgicos
que correm em cascatas dentro de mim
descobri todos os sentidos da vida
que nunca havia tentando achar
pois
minhas filosofias estão todas mortas
e as paixões, essas velhas carpideiras
choram copiosas
detestáveis e maliciosas
o futuro sem fim do amor assassinado:
ou troco todas as minhas receitas
ou passo a beber descafeínado

Existem noites que não morrem:
são engolidas vivas, pelo dia.