O que é estar bem? É olhar um pôr-do-sol de mãos dadas ou com elas nos bolsos caminhar pelo calçadão? É comprar um carro novo ou morrer de amores por aquele seu velho automóvel com muitas estórias? É sentir-se bem quisto, visto ou amado, ou então, suportar como ninguém mais a afasia e o descompasso do mundo ocidental, moderno, frio, descontrolado e desesperançado?
É ter coragem para enfrentar uma execução ou ser o carrasco ?
É ver o pálido setembro ruir ou o surgir de um outubro rubro e sem rumo?
O que é estar bem? O que é estar mal? O que é ser bom, ou ser mau? A verdade que machuca ou a mentira inofensiva?
Um brinde não alcóolico feito ao que há de real e sincero no mundo. A crença cega em algo que não mais se materializa. O choque dos cascos dos cavalos do destino golpeando febrilmente o corpo inerte que se estende na calçada de um bar de esquina, a morte e vida severina, não precisa de sertão. Já há mormaço demais, calores demais.
Tudo depende de qual lado da arma você está... Há a queda, a busca pelos motivos do tombo e a constatação que agora o mercúrio cromo de nada servirá como curativo, nem que algum esparadrapo possa conter o fluxo de vida que lentamente se esvai...
Apesar de tudo isso, as noites sempre se vão e sempre há de amanhecer. Talvez não com a mesma magia, mas amanhecerá com certeza. Mesmo que o dia seja chuvoso e frio.
Pensamentos esparsos de um dos meus personagens mais contraditórios
2 comentários:
Estar bem com a gente mesmo é difícil pois, condicionamos nossa felicidade a uma outra pessoa, na maioria das vezes. Seria tão bom ser feliz primeiro e depois buscar alguém.
Ânimo querido.Beijos
Isso é bem o que ando refletindo ultimamente... detesto pensar que as coisas são relativas... mas elas são não é mesmo????? Adorei o texto.
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